terça-feira, 2 de agosto de 2011

Poesia Para Minha Morte



Eu quero está parado vendo o flamengo jogar e que lá fora nas ruas não tenha silêncio para que os meus inimigos não ouçam o meu grito. Não quero está sóbrio, pois não quero partir careta, e nem reclamando da vida. Não quero pedir perdão, pois só a mim cabe a decisão de sorrir ou de chorar, e que até a hora de minha morte eu seja feliz.
Vou lembrar tudo o que eu fui e de tudo que sonhei ser, das noites de frio em que sozinho eu chorei e que inspirado escrevi, meus tão melosos versos de amor. Eu vou está sorrindo quando você vier me visitar. No seio dos meus pais eu vou querer está. E que ainda acordado direi: mãe, pai eu sou muito feliz, pois fiz tudo o que eu sempre quis, e não deixe que essa “desconhecida” lhe faça esquecer o meu sorriso e nem da minha gratidão pelo amor que recebi.
 Minhas coisas no armário vão estar sempre lá me esperando, minhas roupas doem aquém a possa usar, só guarde aquela “que tem cheiro de flor“ que tanto vesti, pois não quero que vocês me vejam em ninguém. Guarde os discos de Belchior, pois eu estarei em cada palavra que ele disser “viver é melhor do que sonhar” http://youtu.be/RhcxFNTDC5w. Meus livros doem a quem ainda não sabe ler e que com eles, elas possam ser alguém melhor do que eu fui. Antes que a minha última lágrima caia lhes deixo um recado: não morra por mim, eu não sei se eu valho apena.
A vida é um estado de inconsciência e que só agora eu vejo que é a morte que nos traz a consciência. Não levarei rancor e nem tristeza de nada ou de ninguém, mas se eu pudesse ficar eu ficaria mais um pouco, para poder ver o sorriso daquela menina que vem e que passa, e dela levarei apenas a saudade do que não fizemos, e do que nunca fomos. Farei da despedida um encontro e quem sabe na hora eu não convença a morte de que lá fora há alguém na vida mais careta que eu, farei piada até assim!
Só precisarei de cinco minutos com o “deus”, para lhe mostrar que eu tenho que ficar um pouquinho mais, tenho apenas vinte e cinco anos, e enquanto tem tanta gente lá fora, sonhando, chorando, com vergonha da vida, e vendo televisão, eu já amei e desamei, fiz do sexo um esporte e da minha vida diversão.
Se em algum dia quiseres me ver, ligue a vitrola no último volume, e grite junto com a aminha canção “A felicidade é uma arma quente”. Não sei se irei sentir falta de tudo, mas levarei comigo a certeza de que nada no mundo é melhor do que viver. Nossas festas, nossos sonhos, nossos cigarros, nossos encontros, nossas fugas... Chegarei lá em cima cantando, com a minha voz rouca e desafinada um Rockhttp://youtu.be/1S_StdlJ7VA, e que os anjos se fodam com as suas sinfonias melancólicas.
Talvez lá em cima eu me converta, e seja mais um a torna-se careta. Mas, antes do fim, eu vou querer tentação no caminho, e o perigo que corre os amantes, vou querer a certeza dos loucos em vez da verdade criada e enlatada pelos donos do sistema

Nenhum comentário:

Postar um comentário